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setembro 2021

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Nos últimos anos, sobretudo após o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, falou-se muito em responsabilidade fiscal no Brasil. Leis foram criadas a esse respeito, diretorias de governança foram implantadas em todos os lugares, Tribunais de Contas e Ministério Público responsabilizaram nominalmente gestores por cada centavo gasto ainda que estes estivessem submetidos a decisões colegiadas em universidades, estatais e outros setores públicos.

Mas o relator da PEC 32, deputado federal Arthur Maia (DEM-BA), disse em Seminário realizado na Fiesc que a reforma administrativa, com todos as alterações que serão trazidas para o funcionamento dos serviços públicos federais, estaduais e municipais em todo o país, pode ser feita sem colocar o impacto fiscal no centro da questão.

Em 2020, 22,9 milhões de crianças e adolescentes foram matriculados em escolas públicas municipais, isso corresponde a quase metade (48,4%) de todas as matrículas no ensino básico brasileiro. Apesar de responsáveis pelo trabalho mais pesado, os municipários são os que ganham os menores salários no setor público, em média R$ 2,9 mil bruto por mês.

Já o total de matrículas nas escolas públicas municipais, estaduais e federais chegou a 38,5 milhões, contra 8,8 milhões na educação privada. Isso significa dizer que pelo menos 8 em cada 10 crianças e adolescentes matriculados no ensino básico brasileiro estão na rede pública, sob a responsabilidade de servidoras e servidores.

Ao precarizar as relações de trabalho dos servidores públicos em todos os níveis, a reforma administrativa terá impactos negativos na vida de milhões de jovens em todo o Brasil.

Com informações do IPEA e do Ministério da Educação.

 

Um dos problemas reais do serviço público brasileiro é a existência de uma casta privilegiada que apesar de extremamente pequena se comparada à massa dos servidores, não deixa de ser escandalosa. Salários acima do teto constitucional, dois meses de férias por ano, foro privilegiado, além de uma série de benefícios pecuniários e vantagens pessoais.

Apesar das ilusões vendidas pelo relator da PEC 32, deputado federal Arthur Maia (DEM-BA), a reforma administrativa não veio para acabar com esses privilegiados, mas para assegurar de vez a posição dessa casta por meio daquilo que o próprio deputado chamou de “carreiras exclusivas de estado”.

 

 

Em 2020, o governo Bolsonaro gastou R$ 554,5 bilhões para combater o coronavírus e aquilo que pode ser a maior crise da história da humanidade. Também em 2020, os juros pagos pelo governo aos banqueiros e especuladores chegaram a R$ 1,38 trilhão, o equivalente a quase 40% de tudo que o Brasil arrecada ou duas vezes e meia do investido no combate à pandemia.

Em 2019, banqueiros e especuladores receberam do governo R$ 1,37 trilhão em juros da dívida pública, valor que correspondeu novamente a cerca de 40% de tudo que o país arrecada. Isso quer dizer que eles não colaboraram com um centavo para combater um vírus que já matou mais de 550 mil pessoas no Brasil.

Mas ao aprovar a PEC Emergencial para financiar o combate à pandemia, Paulo Guedes usou o termo “granada no bolso do inimigo” para se referir ao congelamento dos salários dos servidores. Agora, Bolsonaro e Guedes querem aprovar a reforma administrativa, penalizar mais uma vez os servidores e seguir beneficiando banqueiros ricos.

Com informações da Agência Senado e auditoriacidada.org.br

 

O maior dos problemas causados por políticas públicas baseadas em opiniões e preconceitos, mais até do que o prejuízo financeiro que elas certamente custarão aos bolsos dos contribuintes, é a perda de vidas humanas para a fome, para a ignorância e para a violência resultado da ausência dos serviços públicos que nada mais são do que o patrimônio de quem não tem patrimônio.

Fazer generalizações criminosas, como fez o relator da PEC 32, deputado federal Arthur Maia (DEM-BA), durante Seminário na Fiesc, ao dizer que os professores compram diplomas para ganhar promoções equivaleria a dizer que todo político é ladrão. Nenhuma das duas coisas é verdade, apenas preconceito.

Em meio a pandemia, 12,8% da população brasileira, cerca de 27 milhões de pessoas, sobrevivem com menos de R$ 250 por mês e outros 19 milhões enfrentavam a fome até o final de 2020. Ao mesmo tempo, dados de 2019 mostram que o 1% mais rico concentra 28,3% da renda no Brasil.

O país fechou o primeiro trimestre de 2021 com quase 15 milhões de desempregados e a segunda maior taxa de desocupação desde 2012. Além disso, cerca de 35 milhões de trabalhadores, 40% da população ocupada, estavam na informalidade até o fim de maio deste ano.

Mas ao invés de fomentar a economia, o governo Bolsonaro reduziu o auxílio emergencial, permitiu que as empresas diminuíssem jornadas e salários na iniciativa privada e agora quer aprovar a reforma administrativa para reduzir os salários dos servidores públicos.

Com informações do IBGE, da FGV, da ONU e da Rede PENSSAN.

 

Sindicato serve para quê? A resposta, em setembro, vale as nossas vidas*

Essa pergunta volta e meia aparece quando os Sindicatos buscam convencer os trabalhadores sobre a importância de se filiar e fortalecer a luta coletiva. A resposta, neste mês de setembro, é ouvida em todos os cantos do Estado e vale as nossas vidas. Ela é forte e vem de mais de 25 Sindicatos ligados ao Fórum dos Servidores Públicos de Santa Catarina. Esses Sindicatos se uniram e juntaram esforços e recursos em uma *Campanha de Mídia inédita* para barrar, nos próximos dias, a explosão dos direitos de todos nós.

Está para ser votada, no Congresso Nacional, a chamada Proposta de Emenda à Constituição 32, batizada de “Reforma” Administrativa, um projeto que vai estraçalhar o estado brasileiro.

Os Sindicatos unidos estão alertando para esse perigo em mensagens divulgadas em rádios, carros de som e panfletagem em cinco cidades e em textos e ilustrações nas redes sociais. Juntos, os Sindicatos do Fórum já fizeram campanha de outdoors para pressionar os parlamentares catarinenses a votarem contra a projeto e organizaram dezenas de reuniões e atos na rua em várias ocasiões desde o início do ano. Agora, em meio à pandemia de Covid-19, iremos a Brasília lutar para que o projeto não passe.

A tal reforma acaba com os concursos públicos e traz de volta o “cabide de empregos”, que beneficia quem é amigo da autoridade no poder. Os servidores atuais poderão ter jornada de trabalho e salário reduzido em até 25%. Os novos, se conseguirem fazer algum concurso, vão receber menos pelo mesmo trabalho feito hoje. Conquistas históricas, como a redução de jornada, serão eliminadas de um dia para outro. A dita reforma também abre as portas para as empresas tomarem conta do que hoje é serviço público pela via das terceirizações. Isso significa que ela não pega apenas os servidores públicos. Toda a população, especialmente a mais empobrecida, ficará ainda mais desassistida. Essa “reforma” é morte.

Está em risco um patrimônio duramente conquistado por tantas gerações de trabalhadores e trabalhadoras que, em décadas passadas, não se calaram e fizeram a luta coletiva. Sindicato então é para seguirmos juntos, mais longe, com a ousadia dos que, em tempos passados, nos legaram direitos, antes que seja tarde, antes que esses direitos nos sejam tirados. O desafio é grande, mas somos grandes também.

O preço do acém, carne de segunda, subiu mais de 40% nos últimos 12 meses, mas o presidente Bolsonaro fez um churrasco no Palácio da Alvorada em maio deste ano e não pagou um centavo pela picanha de boi da raça Wagyu, de origem japonesa, avaliada em R$ 1.800 o quilo.

Até o frango e o ovo, fontes de proteína que tradicionalmente substituem a carne bovina na mesa dos brasileiros, subiram 18,5% e 7% nos últimos 12 meses. Mas o ministro Paulo Guedes diminuiu o auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 150, R$ 250 ou R$ 375.

Além de cortar a carne da mesa dos brasileiros com uma política econômica que trouxe a inflação de volta, Bolsonaro quer “cortar na carne” dos mais pobres ao precarizar serviços públicos de saúde e educação por meio da reforma administrativa.

Com informações do IBGE e do Governo Federal.

Em Seminário realizado na Fiesc, o relator da PEC 32, deputado federal Arthur Maia (DEM-BA), afirma categoricamente que Paulo Guedes ignorava determinados impactos que o projeto elaborado pelo próprio Ministro traria se fosse aprovado da maneira que foi enviado ao Congresso Nacional.

Isso é mais uma prova de que a Reforma Administrativa não é baseada em estudos técnicos, mas no preconceito contra os servidores existente apenas na cabeça de quem desconhece a realidade da população mais pobre do Brasil que tanto depende dos serviços públicos.

O preço médio da gasolina comum no Brasil atingiu R$ 5,83 ao final do mês de julho, um aumento de quase 40% nos últimos 12 meses. Mas ao invés de discutir mudanças na política de precificação dos combustíveis, o governo Bolsonaro segue tentando aprovar a reforma administrativa que penaliza os servidores públicos.

Como o Brasil depende do transporte rodoviário para a circulação de mercadorias, os sucessivos aumentos da gasolina se refletem nos preços de quase tudo, gerando uma inflação que fechou junho em alta de 8,35% no acumulado dos últimos 12 meses.

A reforma administrativa de Guedes e Bolsonaro não vai melhorar a economia, ao contrário, vai penalizar ainda mais a parcela mais pobre da população que depende de serviços públicos como saúde e educação.

Com Informações da ANP e do IBGE.

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